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Rememorativo de quarta 'catiguria'

Atualizado: 10 de jan. de 2019


RO - 2015

te reduzi ao máximo

dentro de mim,

e mesmo sendo assim

ainda sobram pedaços de ti

nessa imensidão

vasta que é meu corpo

conectado ao teu ferrão

tão inseguro com o meu.


vou abrindo espaço

para que outros entrem,

e me despeço antes

que o próximo me

invada,

contando aventuras,

cantando solidões,

no pé do meu ouvido,

na palma da tua mão.


como quem sabe

o que faz,

te percebo distante,

e saio perambulando a

tua busca,

cego, me atiro no escuro

do caixote que abri com

toda gana.


te procuro às avessas,

mas tudo é breu.

perco-me em catástrofes

após tua voz me afirmar

com a língua afiada

o que antes já sabia,

não sou mais teu.

foi aí que me encontrei,

quando te reconheci patrão,

essa é a minha melhor versão:

eu sou meu,

te devoro.


(Dança da Solidão - Marisa Monte)
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