Rememorativo de quarta 'catiguria'
- Vitor Machado Marques
- 19 de dez. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 10 de jan. de 2019

te reduzi ao máximo
dentro de mim,
e mesmo sendo assim
ainda sobram pedaços de ti
nessa imensidão
vasta que é meu corpo
conectado ao teu ferrão
tão inseguro com o meu.
vou abrindo espaço
para que outros entrem,
e me despeço antes
que o próximo me
invada,
contando aventuras,
cantando solidões,
no pé do meu ouvido,
na palma da tua mão.
como quem sabe
o que faz,
te percebo distante,
e saio perambulando a
tua busca,
cego, me atiro no escuro
do caixote que abri com
toda gana.
te procuro às avessas,
mas tudo é breu.
perco-me em catástrofes
após tua voz me afirmar
com a língua afiada
o que antes já sabia,
não sou mais teu.
foi aí que me encontrei,
quando te reconheci patrão,
essa é a minha melhor versão:
eu sou meu,
te devoro.
(Dança da Solidão - Marisa Monte)
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