Por volta das 05hrs45min da manhã...
Quase meio-dia e meia...
Olhar a arquitetura da cidade e pensar nela rebobinando alguns anos atrás é uma coisa muito louca. Me vi no extinto Café do Porão... Só quem viveu, entende. E que, apesar dos pesares, esteja vivo também, né?! kkkk
Bons tempos! Tantos pontos de encontros fechados pelo tempo que se perde. Dona HELP! (Socorro) tinha um bar na rua da Capoeira, o "A2"... Fiz boas amizades no pouco tempo que trabalhei como performer e barboy pra ajudar dona HELP! dar um UP na freguesia que tava caindo, ganhava muitos drinks de agradecimento do público fervoroso que frequentava aquele lugar cheio de gente alegre. Mesma época do "K Entre Nós", outro que era preferido entre a diversidade local, às vezes, lá tinha até show de drag! Tinha o Lady Red, todos sabem por que fechou, não preciso nem entrar em detalhes, só lembrar que era do tatuador e body piercing, Wellington, com um ambiente underground, nesse tempo as coisas estavam meio punk... Muitos outros fecharam por descaso e acabaram abrindo brechas - alguns escancararam as portas mesmo - para que as igrejas tomassem de conta. Não foi o caso dos bares do lado de lá, na Gameleira, por exemplo, o bar do seu Sassá, quem esquece um negão daqueles? Dono de uma personalidade inigualável, conversador, abria o bar todos os dias com um sorriso diferente, menos quando o rio subia e tinha enchente ou tava seco demais e as embarcações não conseguiam chegar com a mercadoria, trazendo as melhores cachaças artesanais que só encontravámos ali com ele, todos ficavam em crise quando isso acontecia, a mais famosa, eu pedia sempre, era a xana quente, muitos pediam mijo de virgem, e para quem quisesse desafiar a noite, podia pedir pro Sassá uma dose da mais marvada de todas: sebo de pica. Depois era certo que a pessoa via até o que não queria, rs. O Tião já mudou de endereço várias vezes, mas é o único que continua na resistência do seu quadrado. A Excalibur fechou, o antigo Saara também. O Lua Azul já teve seu tempo e não brilha mais, por sorte ainda temos o Flutuante aos trancos e barrancos... E assim o tempo passa e só o que fica são as lembranças dessas personalidades e lugares memoráveis que me trouxeram anos de experiências na ralé da vida e que hoje fazem parte do ser que me constitui, de quem eu sou. Sem sombras de dúvidas a vida tem sido a maior das supresas...
(Hoje, amanhã e depois - NAÇÃO ZUMBI)