O que é que há?
- Vitor Machado Marques
- 27 de ago. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 3 de set. de 2018
O que é que há entre eu e você?
O que é que há?
O que há entre o poeta e a poesia?
Seja meia-noite e meia,
Ou que seja meio-dia,
Há um tom de saudade na nossa
melodia
Que arrepia a minha espinha,
Me deixa inquieto sem a tua companhia.
O que é que há de tão perigoso no desejo
Que a gente sente, mas acaba maquiando
com o ódio pregado na mente?
O que é que há?
Debaixo do tapete, sentimentos sem nomes
Ficam escondidos na sujeira que há.
Dentro das cabeças a zoada é barulhenta.
Há o fervor das ideias medonhas que borbulham,
Explodindo no primeiro contato com a superfície,
De promessas marteladas, dessas ondas violentas.
O que há real de real nos sonhos?
Há coisas eternas que vem de dentro,
E há desastrosos pesadelos também.
Permanece o vento cantando baixinho
Soprando uma canção que leva embora a tristeza,
A mais verdadeira que há.
O que há de mais recôndito entranhado em nós?
Há de ser os recantos do coração.
Há de existir algo mais moderno
No passado que houve,
Mas que haverá de se repetir no futuro.
Há o antagonismo do velho debatendo-se com o novo.
Do que há de ser, e será.
O que há de tão precioso com o tempo?
Tudo é o que há.
Só não há concerto pra tudo.

O coração para o tiquetaquear e diz numa última batida: - O amor resiste ao tempo! Chega a Donzela prateada a galope e diz: O tempo acabou.

Quanto tempo temos até que a última coisa que desejamos bata as asas e saia voando pra nunca mais? Nunca me respondam essa pergunta, por favor. Perigão.
Boa tarde, navegantes...
(Cunhataiporã - Tetê Espíndola)
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