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Intervenção: A vida sem vida, sem morte, sem nada.

Atualizado: 24 de ago. de 2018


Proposta de intervenção em defesa da vida, contra o agronegócio e todo tipo de barbárie e a violência que [nos] transforma todos os seres vivos em mercadoria e coisas descartáveis.


Gerson Albuquerque.


"SERÁ QUE CHEGO LÁ?"

Uma sombra gigante cobre a areia quente,

Invocando memórias póstumas.

O menino a perguntar pra vó: quantos anos ela tem?

A vó responde que tem quase cem.

Os dois caminham de volta da casa do vizinho,

A sombra da majestosa acompanha-os pelo ramal.

O menino escuta, com as orelhas ao vento, pios discretos.

Tenta olhar pra cima, mas o sol cega-lhe a vista.

A vó para acocada a espiar a curiosidade do neto,

Que mirava indiscreto a copa da castanheira serena.

Esplêndida és tu se te penso plena,

Com toda tua audácia de vivez.

Entranhada no meu ser de dentro,

Desadormecendo o que já nem se sente.

Não estava sozinha,

Mas não havia muitas por ali.

Preocupada, a vó pergunta: o que foi, minino???

O neto ainda contemplando tal plenitude

Escuta os estalos das castanhas caindo

E atingindo o vasto campo exaurido de vida.

Irônicamente, cai na cabeça de um boi.

O berro foi tão grande que todo mundo se assustou.

A vó gritou: Tá bom, Biton. Já está escurendo! Vambora!

Os dois saem pensativos...

E soubemos depois que o gado passa bem,

Mas aquele boi, coitado, virou comida pra família do patrão.

Talvez assim, a população entendesse a situação.

"E o sol da IMPUNIDADE, em raios fúlgidos / Brilhou no céu da pátria nesse instante..."

... fim (?)

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