Dias de glória
- Vitor Machado Marques
- 25 de set. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 6 de out. de 2018
Aqui os dias passam devagar... E por aí, como é que vocês tão?

Passos lentos de jabuti
Desses que ninguém dá
Passos sem rumo, profundos
Alguns mais largos do que os outros
Passos que levantam bandeira
Se você está passeando de bobeira
Passos sem expressão nenhuma
Desses passos cansados
Dos pés descalços, sem pele
Uns passos mais cheios de opiniões
Desenhados na circunferência do
compasso quebrado
Numa cadência da mandinga
De passos que passam e voltam
Repassando a cada dia passo a passo
O mesmo caminho, de novo.

Sigo os passos de passáros nos rastros deixados pelo movimento do ar. Comem minhocas na beira do ramal. Algumas coitadas, ainda vivas e agonizando, gritavam por socorro que ajudassem as pequeninas tão indefesas. Mas ninguém viu nada há não ser eu e os pássaros pavorosos que comiam as pobrezinhas. Não tinha mais ninguém por ali senão toda vegetação que assistia calada ao horror que acontecia, e campos com bois presos num cercado, a intenção é de mantê-los longe, afastados do milho e da macaxeira plantado ali. O vento uivando dizia pra continuar a caminhar... Que deixasse os passarinhos almoçar em paz, sossegados de todo alvoroço e pavor causado ao longo da viagem, que ainda estava na metade, por essa curiosidade espalhafatosa.

eu tô do lado de cá
vem pra cá
vem também
vem comigo
eu tô do lado de cá
então vem cá
me deixe te levar
vamos juntos
é uma dança
essa festa
é pirada
é do lado de cá
vem cá
vamos todos vir pra cá...
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